Apesar de subdesenvolvidos, politicamente desacreditados e, em minha opinião, culturalmente pobres nós ainda somos vistos por outros como um povo caloroso, querido e privilegiado por nascer em um país tão rico em diversificação humana e paisagística. Com essas e outras qualidades que às vezes parecem mínimas perto de tantas notícias ruins nós conseguimos conquistar pessoas e mais pessoas ao redor do mundo com a nossa alegria inexplicável. Alegria essa que encantou Diana von Furstenberg nos anos 80 e serviu hoje de inspiração para sua cruise collection, (ou resort collection) inspirada no Carnaval – quer maior fonte de alegria brasileira que essa?. O que, lógico, não faltou na coleção foram brilhos e estampas de bolinhas, imitando os confetes. Não foi apenas o namorado de Marc Jacobs que saiu das terras tupiniquins, sua inspiração também é brasileira, ou quase isso. Carmen Miranda (portuguesa naturalizada brasileira) foi a responsável pelas estampas de araras super coloridas na passarela da marca que leva o nome do estilista.
Agora um pouco mais a oeste da América do Sul, mais precisamente da Argentina saiu o tango que serviu de ponta-pé para a coleção, também cruise, de Donna Karan. Com vestidos comportados – bem no estilo DK – a dança pra lá de “caliente” ganhou um ar despojado e provocante. Na glamorosa e sexy Lanvin também teve espaço para um pouco de sangue latino nas criações do Alber Elbaz, que foi um pouco mais lá em cima, mais precisamente no México para desenvolver roupas deslumbrantes como o trabalho da pintora Frida Kahlo cuja história de vida foi merecedora do filme que leva seu nome.
Apesar de estar em terras norte-americanas Miami é, na verdade, um pedaço totalmente brasileiro (tanto que se você pretende ir para os Estados Unidos aprender a língua local não é aconselhável ir para o pedaço tropical americano, já que a maior parte de sua população fala portugues e não inglês). De lá a brilhante Miuccia Prada extraiu idéias para suas peças super coloridas e no melhor estilo vintage, já adotadas pela terrible Anna Wintour. E agora, me diz, o resort 2010 não foi uma prova de que nós não somos o povo mais querido do planeta?
Le M.
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